Foi rolando a página de sugestões no Instagram que descobri o Salon 94, uma galeria de arte num prédio tão lindo que por si só vale a visita, localizada na 89th Street, em Nova York (se você está na esquina do Museu Guggenheim, atravesse a rua, vire à direta, ande alguns passos, e estará de frente à grande, fechada e pesada porta de madeira que dá acesso - gratuito - à galeria). Eu estava de viagem marcada para NYC e bastou o vídeo curto mostrando a beleza do prédio, e dizendo que lá funciona uma galeria, para que eu a incluísse no meu roteiro.
Sem olhar a programação, fui até lá. E, para minha surpresa, das três exposições em cartaz - que ocupavam cada uma um dos três andares da galeria - duas eram de artistas brasileiros. Um delas era Endless River, de Aislan Pankararu (1990).
Natural do interior do Estado de Pernambuco, Aislan pertence à etnia indígena Pankararu e seu trabalho é inspirado na Caatinga (bioma predominante na região onde nasceu), nas crenças e costumes de sua comunidade indígena (em especial as pinturas corporais feitas para cerimônias de celebração) e na sua formação em medicina. Sim, Aislan é médico, mas há alguns anos se dedica à arte.
Em Endless River, essa mistura de referências e o material utilizado (como a argila natural de pigmento branco) resultam em pinturas repletas de padrões que evocam o funcionamento do corpo humano, celebram o meio ambiente através da presença da representação de elementos da natureza, e honram as tradições indígenas, ao mesmo tempo que convidam à contemplação e promovem prazer visual.
Essa foi a primeira exposição de Aislan nos Estados Unidos e eu a vi como mais uma confirmação do reconhecimento que a arte indígena brasileira está finalmente recebendo, dentro e fora do Brasil. Endless River se encera essa semana, e eu deixo aqui uma amostra das obras em fizeram parte da exposição1.


Todas as imagens foram obtidas do website da Salon 94.
Que presente conhecer essa galeria! E adorei o formato da news 👏🏻
Que riqueza essa descoberta! Amei!