Olá, substackers!!
Como passaram esse penúltimo mês de 2024? Espero que bem!
Por aqui, desde que fui ao México no dia dos mortos de 2021, novembro começa com um ritual de celebração da vida e de reflexão sobre sua finitude. Por coincidência, neste ano, novembro foi também um mês de encerramento e início de ciclos! Encerrei (juntamente com minha amiga Chris) a primeira “temporada” de ArteLetter. Vamos tirar um tempo de descanso entre o final desse ano e o início do próximo e, durante esse tempo, organizaremos o retorno da news com algumas novidades para o ano que vem. Enquanto as novas edições não chegam, as 34 publicadas ao longo de 2024 continuam disponíveis aqui, para quem queira ler!
Além disso, depois de dois meses de processo, finalmente mudei de trabalho! Despedi-me dos colegas e do local de trabalho no qual eu estava há 6 anos e 11 meses e iniciei uma nova jornada em outra instituição. Foi também o momento de encerrar um período de mais de 4 anos de home office e voltar à rotina de trabalho presencial. Confesso que essa parte está sendo uma canseira, mas frenquentar ambiente novo, conhecer pessoas novas e aprender coisas novas compensam!
No meio de tudo isso, ainda tive que organizar uma viagem que começa amanhã e, no tempo que deu, consumi uns conteúdos culturais legais que, como todo fim de mês, compartilho aqui com vocês. Espero que gostem!
📺 No streaming
Depois que enviei a edição do mês passado, fiquei com um pouco de peso na consciência por ter indicado duas séries que são boas, mas possuem temas muito pesados. Para compensar, hoje trago dois filmes leves e divertidos
O primeiro é Pequenas Cartas Obsenas. Baseado em fatos reais, ele conta uma história passada na Inglaterra no pós Primeira Guerra. Edith (interpretada pela maravilhosa Olivia Colman), uma super carola pudica, começa a receber cartas anônimas cheias de obscenidades. Escandalizados e precisando de alguém para culpar pelas cartas, Edith e seus pais resolvem acusar uma vizinha - e ex-amiga de Edith - de ser a remetente. A história vai se desenrolar entre muitas trocas de acusações e uma divertida batalha judicial. Em suas entrelinhas, e por baixo da “capa” de comédia, Pequenas Cartas Obsenas nos fala muito sobre o comportamento humano e deixa uma mensagem: tudo que é fortemente reprimido vira loucura. Está disponível no HBO Max.
Outro filme fofinho, que assisti ontem e também é baseado em fatos reais é A Grande Fuga (disponível no Prime Video). Conta a história de um casal de idosos que armam uma fuga da casa de repouso onde vivem para que ele, veterano da Segunda Guerra, possa ir à celebração dos 70 anos do Dia D na França. O filme alterna cenas da aventura do presente com cenas de lembranças da Guerra e da longa vida que tiveram juntos. É sobre amor, sobre companheirismo, sobre aproveitar a vida até o último suspiro e é comovente.
📚 Na livraria
Fazia tempo, acho que uns dois anos, que o livro A Casa Holandesa estava na minha lista de livros da Amazon, mas eu sempre acabava escolhendo outro e ele ia ficando… Esse mês, resolvi retirar da lista e descobri que ele já não é mais editado no Brasil. Para minha sorte, consegui um exemplar em estado perfeito com a Releitura Livros através da Amazon.
Ainda bem! Porque o coloco com a minha melhor leitura de ficção deste ano! Conta a história de dois irmãos que têm a vida marcada por vários acontecimentos familiares, que começam quando eles vão morar na Casa Holandesa, ainda crianças. A história é narrada pelo irmão, Danny, e é um complexo vai e vem entre acontecimentos do passado e do presente, que cobrem a vida deles desde a infância até o fim. É uma história sobre como nos tornarmos reféns do passado nos rouba nosso presente e nosso futuro.
Mas nós sobrepomos o presente a ele. Olhamos para o passado pela lente do que sabemos agora, então não o vemos como as pessoas que éramos, vemos com os olhos das pessoas que somos hoje, o que significa que o passado foi radicalmente alterado.
🛜 Na internet
A essa altura, você já deve ter assistido ou ao menos ouvido e visto MUITA coisa sobre o filme Ainda Estou Aqui. Por isso, vou nos poupar de falar sobre o assunto!
Mas tenho que falar que uma das coisas que mais tenho gostado em relação à grande repercussão desse filme é que ele abriu mais espaço para se falar sobre o trabalho da Fernanda Torres de maneira geral. Além da atriz versátil que é, Torres também é uma excelente escritora. Um de seus livros, FIM, foi adaptado para televisão (se tornou uma série da Globo Play) e ela fala sobre ele, e sobre outras tantas coisas, nesta entrevista dada ao Roda Viva em janeiro deste ano (quando Ainda Estou Aqui não era o assunto do momento). É uma entrevista descontraída, honesta e muito lúcida, que vale a pena ser assistida e refletida.
Bem como também vale a pena assistir à série FIM. Eu vi no primeiro semestre e adorei (tem um quê de A Vida Como Ela É, de Nelson Rodrigues, que é uma delícia).
🌐 Pelo mundo
O Central, em Lima (Peru), é um dos restaurantes mais premiados do mundo, inclusive, foi eleito várias vezes o melhor restaurante do mundo. Eu estive em Lima uma vez, nove anos atrás, mas não consegui ir ao Central porque adoeci e fiquei imprestável durante toda a viagem. Mas mesmo nunca tendo ido lá, eu já li e vi o suficiente para saber que o Central vai além de oferecer só comida e bebida de primeiríssima qualidade e por isso é o sucesso que é.
Mas, mais recentemente, a equipe do Central foi muito mais além. O chef Virgilio Martínez, juntamente com Pía León e Malena Mater, fundaram o MIL Centro, vinculado ao centro de pesquisa Mater, em Moray (Cusco, Peru). A experiência oferecida pelo MIL Centro envolver comer e beber, conhecer o espaço onde os alimentos são cultivados, conhecer as comunidades indígenas locais e saber mais sobre seus conhecimentos ancestrais e como eles são incorporados no MIL, e passear por Moray enquanto aprende sobre a história, a cultura e a arqueologia da região. É uma imersão cultural na qual a comida e a bebida são só um dos elementos. Imagino que seja o tipo de lugar e experiência que faz a gente definitivamente sentir que conheceu aquele pedaço de mundo. Imagino por enquanto… Porque estou de visita marcada para lá e pretendo voltar aqui depois para contar como foi!
No Substack
Esta edição do Guia Paulicéia traz 11 livrarias de rua em São Paulo - algumas são verdadeiras joias escondidas - que valem a pena conhecer! Num mundo cada vez mais digital, no qual a conveniência de ler no Kindle ganha cada vez mais adeptos, e especialmente em um país como o Brasil - que tem cada vez menos leitores - manter espaços como esses é um verdadeiro ato de heroismo! Cada vez mais raras, as livrarias físicas - e o prazer simples de circular entre livros e folhear alguns deles enquanto faz a escolha - estão se tornando um luxo. Vamos valorizá-las!!
De encher os olhos
E por falar em livraria… Que beleza de encontro entre literatura e arquitura é a LVWA Bookstore, em Shangai, China! Dá ou não dá vontade de por o Kindle de lado, pegar o bom e velho livro físico e esquecer do tempo entre essas paredes azuis?
Por hoje, é isso! Mas amanhã embarco de viagem para Cusco, no Peru, e devo compartilhar algumas coisas sobre meus dias e descobertas lá nas próximas edições. Enquanto isso, podemos seguir nos falando nos comentários 😉
Li essa edição tomando um cafezinho no meio de uma loja garden/decoração, e devo dizer que foi perfeito. Dicas do mês anotadas! Boa viagem e ótimas férias, Lu! Animada para ver os conteúdos que sairão do Peru 🥰